sábado, 19 de novembro de 2011

"Depoimento de uma universitária preocupada"

Quando me foi proposto escrever um texto apresentando uma “visão caloura” sobre a Movimente-se, meu primeiro pensamento foi: Poxa vida, e agora? De inicio decidi que evitaria ao máximo ser piegas, dogmática e baba-ovo, assim como percebi que o mais interessante seria mostrar o porquê resolvi fazer parte da chapa e partindo daí, contar como foi que eu me acheguei de fato.
Ao contrário do que houve com muitos, não foi com a Ocupação que tudo começou, na verdade, o primeiro fator que me chamou atenção para o DCE foi o Maracatu Ingazeiro (tive que ligar no DCE para dar meu nome para entrar no grupo), antes disso, eu nem sabia exatamente o que significava o Diretório Central dos Estudantes – confesso que imaginei ser uma versão mais elaborada dos grêmios de colégio. De qualquer forma, depois do Ingazeiro, foi sendo despertado de leve meu interesse e, com a Ocupação, me vi um pouco mais próxima das pessoas dali e perdi um pouco (bem pouco) de medo de alguns dos veteranos, que pareciam infinitamente mais informados que eu. Mesmo assim não me sentia muito como parte da luta, receiosa de me apropriar de algo que aparentemente não me pertencia, ainda que reconhecesse a seriedade do que era demandado. O que me mudou face ao movimento tão rapidamente?
AE-8 (ato executivo 008/11) me mudou rapidamente. O absurdo de proibir manifestações culturais na universidade acabou com o pouco da ilusão de universo culto e engajado que eu tão cegamente mantinha. Só não digo que fiquei sem saber o que fazer porque no momento em que soube de tal ato contraditório e desesperado, percebi que era, na verdade, hora de agir. Aquela era minha luta sim, independentemente da minha chegada na UEM ser esse ano, nada mudava o fato de que era no meu calo que estavam pisando e no calo de todos os universitários, principalmente aqueles que como eu tem seus cursos ligado a cultura.
Desde então, superei qualquer espécie de receio e “cheguei junto” no DCE. Comecei a participar das reuniões, dos atos e fui entendendo aos poucos o que cada coisa significava. Estou em processo de aprendizagem, óbvio, mas diferentemente do que dizem por aí, não é por não fazer parte de um coletivo ou de um partido político que eu sou deixada de lado, pelo contrário, isso nunca foi desculpa para que não me ouvissem e em nenhum momento influenciou na consideração do ponto de vista que eu apresentei. Fui e sou levada em conta assim como qualquer outro acadêmico que queira tomar parte das decisões e, no fim, acho que foi isso que perpetrou minha permanência na Movimente-se, o fato de não haver uma hierarquização que subjuga um aluno ao outro, que terminantemente classifica uma importância. E no que eu não soubesse, sempre tinha alguém disposto a ajudar e a esclarecer, sem excluir ninguém de qualquer tarefa, responsabilidade ou decisão só por conta da inexperiência no Movimento Estudantil.
Sei que o fato de ser calouro provavelmente afasta e intimida muitos alunos, fazendo com que não se interessem por assuntos como o DCE, ainda não totalmente cientes de tudo que a universidade pode oferecer. Só que mesmo que vocês tentem ignorar, o DCE afeta muito a vida acadêmica, portanto, este é um conselho não de um membro da chapa, mas de uma universitária preocupada:
  Tenham senso crítico, tanto para votar na Movimente-se ou na UEM nos Une. Independente da sua posição, procure saber o que estão propondo, o que realmente cabe ao DCE e o que é factível, não se deixem enganar com propostas lindas, porém mirabolantes. Aqui na Movimente-se, senso crítico é muito bem vindo, pense, participe e venha dar a sua opinião, somos feitos do mesmo que vocês, das mesmas necessidades e vontades, por isso, supere um pouco a vergonha ou o receio de aparecer e se intere do que está acontecendo, com um ano tão movimentado como esse, calouro não tem desculpa para se abster de votar lucidamente.
PENSE, PARTICIPE, MOVIMENTE-SE.
Vanessa dos Santos (caloura do curso de Letras)

Nenhum comentário:

Postar um comentário